Essa semana escutei uma frase num desses cafés em
um encontro e bate-papo com amigos, onde uma amiga proferiu aos quatro ventos:
- “Ta complicado amigos, por que fui me
apaixonar logo por ele”?
É o tal medo do amor, medo do envolvimento.
Não amar, para muitas pessoas por incrível que
pareça, é melhor do que ter o coração dilacerado pela separação amorosa.
A verdade é que não decidimos em nos apaixonar e
se envolver. É bem verdade também, que o candidato(a) a este ou aquele amor tem
que cumprir certos requisitos, como aquela outra pergunta: - “Tu achas ele(a) bonito(a)”.
Vejo que
cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar, de nos
renovar, estamos tendo a oportunidade de escrever uma nova história, de sermos
estreantes em uma trama, muito embora alguns já tenham feito papel de
coadjuvantes, ou anônimo.
Qualquer papel e interpretação que você assumir,
quanto as atitudes que tomar serão novidades, é a chance de você ser um
personagem novo.
Um novo amor é a plateia ideal para nos
reafirmarmos. Você é dono do roteiro, você conduz os episódios, apresenta seu
personagem. Estar apaixonado por outro é, basicamente estar apaixonado por si
mesmo, porém em outra versão, pois temos que nos engrandecer, mas para isso temos
que usar nosso próprio papel e a nós mesmos.
Mesmo as pessoas felizes precisam reavaliar
escolhas, confirmar sentimentos, renovar votos, corrigir erros. Apaixonar-se de
novo pelos seus próprios parceiros, nem sempre dá conta disso, eles já conhecem
todos nossos truques e figurinos, sabem contra o quê brigamos, nos tornando
previsíveis. Muitas vezes o que precisamos é de alguém “virgem” de nós, que permita uma recriação de nós mesmos.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta
aos capítulos anteriores.
Em suma, ama-se pelo que o amor tem de
indefinível.
Saudações
aos namorados ..
(Crônica Publicada em 03.10.2010)
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