terça-feira, 21 de junho de 2011

A Fidelidade

Já dizia o poeta:

.. Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

( Vinicius de Moraes, "Soneto da Fidelidade").

Pois bem, nesta postagem que começa com um clássico soneto, o Pacheco Ponto de Encontro, mistura poesia com crônica. Nos dias de hoje, espera-se fidelidade em tudo, quando na realidade ela quase que é inexistente. Fala-se de fidelidade partidária, quando parlamentares trocam seus partidos como se fossem roupas. Fala-se em fidelidade em planos bancários, cartoes de créditos, fidelidade em contratos de serviços, quando esses todos se quebram em um simples pagamento de multa unilateral. Ah que saudade, que tinha da fidelidade com meus “amigos das antigas”, não que hoje não possua, o tempo, os compromissos, viram um rolo compressor que atropela a fidelidade nessas horas. Lembram das obrigações recíprocas dos esposos de não cometer adultério, era o contrato firmado, que hoje não existe mais. Acho que até a fidelidade nos times de futebol estão se esvaindo. Existe fidelidade em tudo, ou quase em nada. Experimente perguntar paras as pessoas do seu redor, por que utilizam tais marcas, compram apenas em determinados lugares, utilizam-se de serviços das mesmas cia’s? A grande maioria vai dizer que não sabe, mas que já acostumou e o tempo lhes tornou fiel, (Enquanto dure). Vejo que a fidelidade não é somente a emoção e o gosto de ter, e ou estar com uma pessoa, é a luta por deixarmos de pensar unicamente em nosso benefício, até por que é encontrar nos defeitos e qualidades de ambos a oportunidade de ser melhores e assim levar uma vida feliz. Viver a fidelidade se traduz na alegria de poder compartilhar com alguém a própria vida, procurando a felicidade e a melhora pessoal, gerando uma grande estabilidade e confiança. Assim, que se quebre de uma vez por todas o paradigma enquanto dure, e que tenhamos resultados e sentimentos unicamente verdadeiros e perduráveis.

Saudações aos que tem fidelidade ..

terça-feira, 14 de junho de 2011

O Carrossel da Vida

Esses dias de frio mais intenso que fez, me atrevi a colocar um casaco desses um pouco mais pesado, aqueles que sabemos que o possuímos há anos, porém achamos que a cada inverno ele estará devasado. Pois bem, para meu espanto meu casaco ainda está na moda, assim como a vida da gente. Nossa vida urge e muda em um imediatismo assustador, mas ao mesmo tempo, em certas ocasiões ela nos remota a situações já vivenciadas. Um amigo meu me dizia esses dias que estava com preguiça da vida. Achei aquilo espantoso! Mas depois fiquei pensando na declaração dele. Há carrosséis, que nem andam mais, estão estagnados, e perdem a oportunidade assim como meu casaco de saber se ainda podem fazer sucesso. Evidente, existem situações do nosso viver que são um carrossel, andam, andam e andam, mas mudam muito pouco. Veja aquilo que assistimos, aquilo que lemos, outrora já vimos algo no mínimo parecido. Porém, vejo também, que todo o infortúnio humano está contido em não saber conviver com o inesperado, ou seja, a surpresa, que é um fenômeno da vida, talvez o maior significado dela, desde que toda a existência é sempre presidida pelo que vai acontecer no futuro, no transcurso e no embalo do destino. E mesmo quando somos brindados pela vida ou pelo destino com fartas e estupendas benesses existenciais, vejo que o homem se apavora, quando com isso se defronta, dado que o resultado, não lhe pertence, e isso muitas vezes assusta. Assim, a vida pode até em partes ser um carrossel, mas o essencial é mudá-lo. Vejo, quando tentamos viver a vida que idealizamos, e não a que nos é presenteada, perdemos de enxergar as oportunidades de crescimento e felicidade que cada novo ciclo nos oferece. A rotina, muitas vezes é inevitável, mas é a inimiga número um do amor e de todas as relações do viver. Acredito que a mudança é fundamental na vida, e já está inclusive comprovado, que o ser humano considera insuportável até mesmo a rotina do carrossel de ser feliz.

Saudações ..

terça-feira, 7 de junho de 2011

No tempo de meus avós

Outrora, já escrevei neste espaço que a melhor idade é a “última”, ou seja a terceira. Pois acredito que quando chegamos nela, já vivenciamos quase tudo, já se tem experiência, e nada mais parece que vai ser novidade. Pois bem, esses dias reparava em uns avós, e como eles se portavam com seus netos. Os avós são idolatrados, possuem uma simpatia ímpar, seus netos os tem como um refúgio, para tudo aquilo que não é permitido pelos seus pais, horários alternativos, sobremesa antes das refeições, brincar na chuva, enfim, tudo é altamente permitido e recomendado, quando estamos com nossos avós. Aqui me recordo dos meus no interior de Bagé/RS, tudo com eles era autorizado, nada lhes tirava o bom humor e a vontade de agradar os netos, que não só na minha família, mas que antigamente eram as “pencas”. Vejo, que quem é avô/avó, se vangloria, por ocupar tal posto, pois se ente enraizado duplamente. Os nossos avós, nos poupam de tudo, querem apenas que estejamos bem, e fazem questão que nossas vontades sejam leis. Bom, e aqui, não se trata de mentir, (coisas que os avós não sabem fazer) mas sim de conter-se e ocultar a verdade quando ela se mostra desagradável ou agressiva. Quem nunca escutou aquelas expressão: - “ ah esse guri foi criado pelos avós, e ainda jogava bolita no carpete do apartamento”, bem no pejorativo mesmo, não é verdade? Pois é assim mesmo, com os avós perdemos limites, malícias e maldades, que nossos pais têem que nos impor por incumbência. Mas nada impede que os avós sejam pedagogos ainda mais competentes do que muitos patriarcas e ou matriarcas de plantão por aí. Quando ganhamos algo, ou mesmo “aprontamos” alguma coisa não tão certa assim, dizemos: “essa contarei para meus netos”. Evidente, não poderemos contar para os filhos, pois pare esses, somos exemplo, porém para nossos netos, seremos seus prazeres, ou muitas vezes seremos estórias, narrativas, ficção, fatos imaginários, permitindo assim, que nossos netos sejam ensinados através de nós, dentro de preceitos morais do simplesmente viver, sem que eles mesmos percebam.

Saudações aos avós ..